5h30 da manhã é hora de estar de pé. Café coando, roupas no varal, e o cachorro latindo pedindo o miolo do pão quentinho que acabou de sair do formo. Depois é hora de malhar.
Um, dois, três...agora de perna cruzada. Barriguinha seca. Tanquinho, ô beleza. Um, dois três...seiscentos. Isso mesmo! Seiscentos abdominais logo de manhã. Queria eu ter este pique todo logo cedo.
Mamãe é super agitada e adora fazer exercícios. Não consegue ficar parada e ver as coisas fora do lugar. Eu, na preguiça de todos os dias, mal arrumo a minha cama e ainda dou a desculpa de que trabalho e estudo muito, e que acabo dormindo pouco. Tudo bem que isso é verdade, mas sei que arrumar a cama não leva menos de dois minutos.
No caminho do meu trabalho, depois de toda esta rotina que relatei da minha mãe, conheci uma senhora no ônibus que pego todos os dias. Ela era bem mais velha que a minha mãe, idade para ser minha vó. Ela passou a viagem inteira dizendo que gostava de sair, curtir um bingo com as amigas, e de quebra fazia caminhada pelo seu bairro todos os dias de manhã.
Disse também que quem não exercita o corpo e a mente acaba ficando caduco antes de a idade chegar. É, acho bom correr que o tempo é curto, pois nem a cama eu arrumo. Sniff. Ao descer pela frente do ônibus, ela deu bom dia para o motorista e já foi dizendo que não precisava de ajuda para descer, que isso é coisa de gente velha de espírito.
É. A geração de hoje tem que correr contra o tempo. Tem tudo na mão, sedentários demais. Acho bom começar a arrumar a cama e criar coragem para fazer, pelo menos, uns 60 abdominais por dia. Mas não precisa ser 5h30 da manhã, né?