O processo é demorado, mas é eficaz para os que precisam ser guiados
Usar bengala e contar com a ajuda atenciosa das pessoas deixou de serem as únicas formas de um deficiente visual se locomover, assim como o cão, o melhor amigo do homem, não é mais só um animal de estimação. O cão-guia tornou-se uma alternativa eficaz por aliar a inteligência do animal com a necessidade do humano, pois auxilia o cego nas atividades do dia a dia.
O processo de adestramento do animal para esta finalidade é bastante complexo, com duração em torno de dois anos e dividido em três fases. A primeira é chamada de socialização, no qual uma família voluntária adota um filhote com dois meses, que com o auxílio de um instrutor, começa a ensiná-lo a conviver com as pessoas em ambientes diferentes até completar um ano.
Na segunda fase, o cão retorna para a escola de adestramento para começar a aprender os comandos específicos de cão-guia, que é realizado por um treinador especializado. E na terceira fase, a pessoa que será guiada pelo animal aprende os comandos necessários para utilizá-lo, assim como o seu temperamento e os cuidados que deverá tomar com sua saúde.
Não são todos no Brasil com deficiência visual que possuem um cão-guia pela falta de famílias voluntárias para o período de socialização do animal. O Instituto de Responsabilidade e Inclusão Social (IRIS) possui uma parceria com uma escola americana para a primeira fase do adestramento e que depois passam para o treinamento do guia. “O processo não é fácil, mas vale muito a pena, hoje sou muito mais feliz”, afirma a dona de um cão-guia Daniela Kovacks.
A raça dos cães para este tipo de serviço varia de acordo com cada país, mas normalmente se utiliza o Pastor Alemão, Golden Retriever e Retriever do Labrador. Enquanto trabalham, eles não podem receber carinho e alimentos para que não ocorra distração do animal e prejudique a pessoa guiada. Além disso, erros por parte do animal também podem ocorrer e deve ser corrigido a fim de manter o treinamento. Quando não estão com a coleira, podem ser tratados como um animal de estimação.